20 de maio de 2011

Educação e diferença

Reproduzo parte da matéria que saiu no G1 (para ler a matéria toda, é só clicar aqui) sobre manifestação do movimento de surdos por maior e melhor acesso à educação. Quem me mandou um link foi Magda Souto, uma querida prima que, a despeito da impossíbilidade de ouvir, já concluiu dois cursos, Pedagogia e Letras -Libras. Mas se trata ainda, infelizmente, de uma exceção, pois a maioria dos surdos, às vezes, não consegue sequer terminar o ensino médio, o que dificulta, quando não impede, a entrada no mercado de trabalho.


Manifestantes defendem educação especial pata deficientes auditivos

Representantes de associação se reuniram com o ministro da Educação.
Eles querem escola que use linguagem de sinais como principal 'idioma'.

Tiago FalqueiroDo G1, em Brasília

Um grupo de aproximadamente 500 manifestantes protestou em frente ao Ministério da Educação nesta quinta-feira (19) contra a intenção do governo federal de fechar as escolas especiais e incluir os portadores de necessidades especiais, como cegos e surdos, em escolas regulares. Uma comissão formada por dirigentes de associações de deficientes visuais e auditivos foi recebida pelo ministro Fernando Haddad.

Os manifestantes querem a incorporação dos programas de educação inclusiva à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). Em nota, o MEC disse que "o ministro da Educação, Fernando Haddad não pretende encerrar as atividades de nenhuma instituição ou escola destinada a estudantes com deficiência". Ainda segundo a nota, "o ministro ressaltou que o Brasil é signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU, 2006) e deve ofertar o direito a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis. O acordo estabelece o compromisso dos Estados Partes com a adoção de medidas de apoio necessárias no âmbito da educação regular".

Manifestação em Brasília por educação para portadores de deficiência auditiva (Foto: Wilson Dias/ABr)Manifestação em Brasília por educação para portadores de deficiência auditiva (Foto: Wilson Dias/ABr)

Participaram do encontro com Haddad representantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), do Instituto Nacional de Educação dos Surdos (Ines) e do Centro de Integração de Arte e Cultura de Surdos (Ciacs).

Em seguida, os manifestantes seguiram para o Congresso Nacional, onde iam se reunir com uma comissão de senadores. Paulo Vieira, presidente da Associação de Surdos de São Paulo, classificou a reunião como "difícil". "Existe um obstáculo muito grande para que eles entendam nossa posição. Não adianta dar um curso de 40 horas de língua de sinais os professores consigam receber alunos surdos e ouvintes na mesma sala", defende.

Nidia Regina Sá, professora da Universidade Federal do Amazonas, que acompanhava o movimento, pede mudanças no Plano Nacional de Educação. Segunda a acadêmica, termos como escola especial foram banidos do documento. "Eles querem transformar as escolas especiais em centros que prestam atendimento especializado, como fonoaudióloga, o que não é suficiente", afirma Nídia.

Para os surdos, os manifestantes defendem que há uma cultura própria, e que a primeira língua deles é Língua Brasileira dos Sinais (Libras). "Precisamos de escolas bilíngues, que ensinem o português a partir da Libras, como um índio, que tem outra língua materna e vai estudar depois", desta Paulo Vieira. O manifestante ainda lembrou para os perigos de se incluir crianças que não estão preparadas para o convívio dentro de uma escola regular.

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