7 de maio de 2011

Contra a Homofobia

Tirar a diferença do lugar da patologia amplia a nossa liberdade, nos faz pensar naquilo que nos aproxima. A aprovação quinta-feira da união homoafetiva, no Supremo Tribunal Federal, merece ser divulgada e comemorada. O Estado finalmente reconhece a liberdade de escolha de parceiros com quem compartilhamos a vida e o patrimônio, fruto de um trabalho conjunto. Muitos lutaram por isso, sofreram na pele violências cotidianas, na rua, no trabalho, na família.

Para comemorar, um poema de Glauco Mattoso, que luta contra a homofobia, em diversas frentes:

594 ENTREVISTADO

-- Por que você só faz soneto agora?
-- Porque não vou deixar para mais tarde.
-- Algum provável prêmio que o aguarde?
-- Primeiro. Mas só quando eu for embora.

-- Cegueira é o mal maior que você chora?
-- Se não chorasse eu era mais covarde.
-- Por que só lambe um tênis quando encarde?
-- Porque para limpá-lo mais demora.

-- Quem vê como maior poeta vivo?
-- Alguém com mais de oitenta e que inda rime.
-- Na cama é mais ativo ou mais passivo?

-- Sou mais é reflexivo, pois fodi-me.
-- Poema é melhor livre ou construtivo?
-- Melhor é se constrói, liberta e exprime.

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