15 de dezembro de 2010

Jorge Cooper

No dia 07 de dezembro de 1911, nascia Jorge Cooper, filho de inglês e de alagoana, poeta da exatidão e da concisão.
Eu tive o prazer de conhecer Cooper, aqui em Maceió, em 1990. Eram tardes de sábado cheias de poesia e de conversas ótimas. Daquelas tardes, permanecem muitas lembranças, algumas amizades, vários poemas e duas imagens: seu sorriso largo e suas mãos magras.
Hoje, há quase cem anos do seu nascimento, será lançada a sua Poesia completa, no Museu Théo Brandão, às 18h30. Dia de comemoração, de celebração da poesia, que é de todos, leitores e lugares. Alguns poemas de Cooper. Salve, Jorge!

Poesia

Ainda hoje
embora saiba a causa
amo as tardes de água que tornam o céu
rosa em botão

-- Que se banhe o sol
nas nuvens cheias de água
Vejo a verdade enchida de ilusão

Poema 15

Cada vez mais
cada vez
é a hora do fim

Para não me afigurar
na treva imerso
dou-lhe as costas
volto-me para o que
ainda me resta
de luz

Cada vez
cada vez mais
me convenço
ser o começo
o lado direito da treva
e
o fim
o avesso da luz

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